Quais as causas da gravidez precoce?

gravidez na adolescencia Gravidez na Adolescência

Quais as causas da gravidez precoce?


Mesmo informadas, adolescentes cometem os mesmos erros há 20 anos


Mesmo informadas, adolescentes cometem os mesmos erros há 20 anos. Mais de 90% das adolescentes sabem

como evitar a gravidez, mas não colocam a informação em prática

MÁRIO TONOCCHI

As adolescentes brasileiras de classe média baixa com gravidez indesejada cometem hoje os mesmos erros das adolescentes que poderiam ser suas mães e que engravidaram no início da década de 80. Dois estudos da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), um realizado em 1979 e outro que está sendo concluído agora, mostram que, apesar da maioria das garotas conhecer métodos anticoncepcionais, o índice de gravidez permanece pela falta de prática na utilização desses métodos.

De acordo com levantamento do Ministério da Saúde, o número de partos realizados pelo SUS (Sistema Único de Saúde) registra crescimento desde 1996, ano em que aconteceram 638.087 nascimentos de filhos de adolescentes -22,34% dos partos no país, que chegaram a 2.856.255. Em 1999, o número chegou a 712.915 partos entre adolescentes de 10 a 19 anos.

De acordo com o diretor do Departamento de Tocoginecologia do Caism (Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher da Unicamp), João Luiz Pinto e Silva, 55, que coordenou a primeira pesquisa na década de 80 e orienta o pesquisador e obstetra Márcio Belo, que faz a análise em conclusão, o crescimento pela consequente falta de prática no uso de anticoncepcionais aponta para a falta de política de ação governamental, educação e prática de relações familiares.

Além de diretor do departamento da Unicamp, Silva atuou como presidente da Comissão Científica do Programa de Assistência Integral à Saúde do Adolescente da Secretaria de Saúde de São Paulo.

"Minha frustração é não ter conseguido estancar de alguma forma a gravidez na adolescência com as atitudes que foram tomadas ao longo desses anos. Dentro da universidade criamos serviços e tivemos uma pequena redução, mas do ponto de vista do país em geral foi um desastre. Temos que refazer o modelo de educação dos nossos jovens para evitar que esse problema se perpetue", reconhece.

Para o diretor do Departamento de Tocoginecologia, há um aparente avanço nas ações para tentar controlar a gravidez indesejada na adolescência no Brasil. O pânico com a Aids foi um fator determinante para manter a situação paralisada nesses 20 anos.

"Tivemos avanços com intenções diferentes. O avanço da informação do uso do preservativo, do anticoncepcional, não foi realizado no sentido de que havia uma consciência social de que ele precisava ser feito. Existia um pânico com uma doença chamada Aids e que você precisava cercar o grupo de risco", observa o pesquisador.

O equívoco, nesse sentido, observa Silva, ficou no fogo pela educação contra a doença. "A divulgação não se fazia para a prevenção da gravidez entre adolescentes, para orientação para ele exercer sozinho sua sexualidade, mas sim para prevenir o aparecimento de doenças, e esse tipo de coisa não está gerando hoje a atitude de consciência contra a gravidez indesejada", conclui.

"Na verdade o enfoque de informação está incorreto. Você na realidade deveria envolver esse tipo de informação de uma maneira prática e educativa para que gerasse um comportamento diferente. O conhecimento está acessível, mas o comportamento não está se modificando", diz o obstetra, que ataca as campanhas "emergenciais" do estado como a distribuição de preservativos.

"Isso não serve para nada. Dar camisinhas no Carnaval, jogar no show de rock, não serve para nada. Isso não está gerando comportamentos. Parece que está, mas não está. Precisamos mergulhar em um processo que tenha uma outra forma de transferir o conhecimento."

A Folha Online não conseguiu falar com a médica e ginecologista Albertina Duarte, coordenadora do Programa de Saúde do Adolescente da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, para comentar os resultados das pesquisas. Durante uma semana, a reportagem tentou entrar em contato com a médica por telefone, fax e com a ajuda da assessoria de imprensa da secretaria, mas não obteve retorno da coordenadora.




Grupo 2 - Principais fatores que favorecem a gravidez precoce http://www.jornaldaorla.com.br/coluna3/1472.shtml



Gravidez precoce


Abandono da escola, dificuldade de ingresso no mercado de trabalho, projetos de vida inviabilizados ou sequer sonhados, são estas algumas conseqüências da gravidez precoce, situação vivida todos os anos por milhares de adolescentes brasileiras, algumas mal saídas da infância.

Muitos estímulos

Apesar da tímida redução nas estatísticas – em Santos, o número de partos em adolescentes caiu de 847, em 2002, para 742 em 2003 –, o índice ainda é alto e corresponde a 14,4% dos nascimentos ocorridos no ano passado (total de 5.135). E isto em uma cidade que oferece vários serviços em sua rede pública de saúde voltados tanto para a orientação e prevenção da população jovem quanto para a assistência à gestante adolescente.



A gravidez antes do tempo, em condição inadequada e muitas vezes indesejada, compromete não só o aspecto físico como o psicológico e social da vida da adolescente e sua família. O forte estímulo da mídia que leva à banalização do sexo, a falta de perspectiva principalmente de jovens de famílias carentes, são alguns dos fatores que favorecem essa situação na opinião da psicóloga Rosani Vieira da Silva, que atua na Casa da Gestante e no programa de planejamento familiar do Instituto da Mulher, ambos da Secretaria Municipal da Saúde.



Para ela, compete à família colocar responsabilidade e mostrar conseqüências aos jovens. "É isto que fortalece o senso de realidade. Os pais não sabem lidar com a complexidade da situação, ora são autoritários, ora são permissivos. Não estão preparados para discutir sexualidade e contracepção. Muitas vezes a mãe é arrimo de família e fica ausente durante o dia. Há a falta ou a inadequação da figura paterna. Os limites ficam muito fracos e a função de autoridade é transferida para a escola".



Riscos à saúde

A médica Selma Freire, assessora técnica da Secretaria Municipal da Saúde, alerta para os riscos físicos da gravidez precoce: "A Organização Mundial da Saúde considera adolescência de 10 aos 19 anos. É um período, principalmente na primeira fase, que o útero está ainda em formação, o organismo não está preparado. É uma gravidez de risco, o bebê pode nascer prematuro, com complicações durante a gestação. O maior perigo são as infecções perinatais".



Segundo Selma Freire, até o acompanhamento pré-natal, tão importante para garantir uma gestação e um parto sem problemas, é prejudicado na gravidez precoce. "Muitas meninas demoram para comunicar à família e não fazem o pré-natal ou se fazem é de forma insatisfatória". O recomendável é acima de seis consultas durante o período.

A Secretaria Municipal de Saúde mantém programas e serviços de orientação, prevenção e assistência à gestante adolescente. Nas policlínicas há distribuição de preservativos (110 mil por mês), pílulas e outros métodos anticoncepcionais. O Hospital Silvério Fontes presta atendimento específico para as adolescentes, realizando de pré-natal a partos, e na Casa da Gestante a assistência é voltada para meninas e mulheres de famílias muitos carentes ou em situação de risco psicossocial. Ali elas recebem orientação psicológica, assistência social, alimentação nutricional, além de participam de oficinas de artesanato. O Fundo Social de Solidariedade colabora com o fornecimento do enxoval do bebê para as mais carentes. O acompanhamento continua também no pós-parto.



Principais fatores que favorecem a gravidez precoce

Estímulos externos - Segundo a psicóloga Rosani, a liberação sexual muito intensa, o forte estímulo da mídia ao prazer, a banalização do sexo, colocam a iniciação sexual como uma coisa muito simples. "Há um estímulo ao sexo sem responsabilidade. O adolescente, por sua vez, está vivenciando uma fase de transformações físicas, de mudança de identidade, não se encontra amadurecido para lidar com este aspecto. O corpo solicita, mas a mente não esta preparada".



Sociais – "Pouca valorização do ser humano. A sociedade não investe em iniciativas para promover valores humanos. A conjuntura sócio/política/econômica não favorece sonhos e projetos pessoais. A jovem não consegue ter perspectiva profissional, não vislumbra uma colocação social, e aí surge a maternidade válvula de escape para a realização pessoal. Através dela, terá o reconhecimento social que buscava, mas quando se depara com a responsabilidade da gestação fica assustada".



Familiar – "Apesar das campanhas, o mais forte é a identificação familiar. É preciso existir uma estrutura emocional para colocar em prática o que as campanhas ensinam, senão fica algo muito distante de sua realidade. Muitos pais ficam na dúvida ou constrangidos em falar de métodos anticoncepcionais para não parecer que estão incentivando a prática sexual, mas acontece que o adolescente é impulsivo, movido por emoções, e se tiver que fazer, faz".



Pensamento Mágico – "O adolescente tem pensamento mágico, imagina que tudo vai se solucionar sem que precise se empenhar para isto, é uma característica do ser humano que vai modificando à medida que se entra em contato com a realidade. O pior é que as famílias parecem também viver dentro deste pensamento mágico".


Grupo 2- Os motivos apontados para a alta incidência de gravidez entre adolescentes.

http://www.linkdobebe.com.br/temas/gestacao_na_adolecencia.htm

Gravidez na Adolescência

Da década de 70 para cá, os índices de adolescentes grávidas, tem aumentado consideravelmente, e a média de idade das gestantes, diminuída. No Brasil, estima-se que de 20 a 25% do total das mulheres gestantes sejam adolescentes, ou seja, há uma gestante adolescente para cada cinco mulheres. A gravidez ocorre geralmente entre a primeira e a quinta relação, sendo o parto, a principal causa de internação de brasileiras entre 10 e 14 anos. Muitos são os fatores que procuram justificar esse aumento no índice de gestantes adolescentes. Entre eles, está o início cada vez mais precoce da atividade sexual.

Observamos que a idade em que ocorre a menarca tem se adiantado em torno de quatro meses por década no nosso século, o que significa que a mulher está exposta e sujeita a uma gestação, cada vez mais cedo. Nas classes econômicas menos favorecidas, onde há maior abandono e promiscuidade, maior carência de informação, menor acesso à contracepção, está a grande incidência da gestação na adolescência. O contexto familiar exerce influência direta com a época em que se inicia a atividade sexual.

Estudos mostram que adolescentes que iniciam vida sexual precocemente ou engravidam nesse período, geralmente vêm de famílias cujas mães também iniciaram vida sexual precocemente ou engravidaram durante a adolescência. Concluiu-se que, quanto mais jovens e imaturos os pais, maiores as possibilidades de desajustes e desagregação familiar.

O relacionamento entre irmãos também está associado com a atividade sexual: experiências sexuais mais cedo são observadas naqueles adolescentes em cuja família os irmãos mais velhos têm vida sexual ativa. O medo de assumir o início da vida sexual, e a falta de diálogo dentro da própria família são grandes colaboradores para uma gravidez precoce. O conflito gerado nas adolescentes entre o "não" da família, e o "sim" autoritário que impera na mídia, faz com que estas busquem apoio, e raramente conseguem alguém para ouvi-las. O resultado disso é que, ou não usam, ou se utilizam dos métodos anticoncepcionais de baixa eficiência (coito interrompido, tabelinha).

Os fatores psicológicos inerentes ao período da adolescência exercem grande influência sobre esse tipo de comportamento, pois a adolescente nega a possibilidade de engravidar (isso não vai acontecer comigo). Essa negação é tanto maior quanto menor a faixa etária; o encontro sexual é mantido de forma eventual, não justificando, conforme acreditam, o uso rotineiro da contracepção; e a posse do contraceptivo seria a prova formal de vida sexual ativa. O uso de drogas e bebidas alcoólicas compromete a contracepção, além das que engravidam para casar-se.

A gravidez e o risco de engravidar podem também estar associados a uma baixa auto-estima, ao funcionamento intrafamiliar inadequado ou à menor qualidade de atividades do seu tempo livre. A falta de afeto e apoio da família, em uma adolescente cuja auto-estima é baixa, com mau rendimento escolar, grande permissividade e disponibilidade inadequada do seu tempo livre, poderiam induzi-la a buscar na maternidade precoce um meio para suprir suas carências, conseguindo um afeto incondicional, talvez uma família própria, reafirmando assim o seu papel de mulher, ou sentir-se ainda indispensável a alguém.
 

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